quarta-feira, 13 de março de 2013

Aplausos omissos

Yousef Nadarkhani sendo recebido pela família na saída da prisão.
     


    Estava me lembrando esses dias de um fato que circulou como notícia que muito chocou-nos, principalmente como cristãos.
Estou falando do caso do pastor Yousef Nadarkhani. Foi preso e quase o mataram por não negar sua fé. A última notícia que tive do caso, anunciava a libertação do mesmo, seguida por fotos que o mostrava saindo da prisão e sendo abraçado pela sua família. Bem, não sei como anda atualmente esse processo. O que quero ressaltar é a ovacionada atitude desse homem em enfrentar as consequências humanamente falando mais graves, sem voltar atrás do que havia declarado como sua regra de fé e prática. O cristianismo.

    É muito bonito ver o quanto pessoas por todos os lugares contemplaram essa atitude, acharam nobre e de imensa coragem, um homem de fé, um homem de Deus, Um exemplo. Sim, ele tem sido um exemplo. Na verdade, um exemplo que nem de longe tem sido seguido entre uma imensa parcela desses que bradam e batem no peito, com ar de autoridade, denominando-se cristãos.  O que se vê, é mais um capítulo da contradição cínica de um aglomerado de omissos que aplaudem atitudes corajosas, mas quando precisam pagar o preço para que seja vivido e respeitado o nome do Senhor Jesus, se escondem por trás das cortinas e dos becos mais sombrios, sempre com algo na ponta da língua que justifique sua omissão.  “Isso não é comigo”, “Não cabe a mim”, “Essa luta não é minha”. São tantas as frases prontas que servem de cama para a negação da afirmativa feita sobre o credo do indivíduo. Todos os argumentos servem, peguem o texto, entortem, consigam um escape para que não precisemos combater esse bom combate.

    Estranha é a percepção de uma sociedade cristã, que em nada parece com Cristo.
Hoje, o que consigo ver é um povo que passa o vexame e cava a ilusão de um cristianismo sem Cristo. Ele foi negado. Não diretamente, mas com atitudes ou falta delas.  Ele é negado quando nós omitimos a verdade e a justiça quando nos cabe a prática do que é reto e íntegro, segundo a palavra que poucos querem abrir. Ele é negado, quando nós deixamos de nos colocar como filhos e abraçamos o topo da coluna eclesiástica como status para promover meus diversos interesses.

                                                                                                                     Leonardo Henrique

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